Nesta semana, a Faculdade de Tecnologia “Prof. José Camargo” – Fatec Jales promoveu o I Simpósio de Tecnologia (SITEF), que teve como principal temática o uso da tecnologia nas diferentes áreas de atuação da instituição, isto é, Agronegócio, Gestão Empresarial e Sistemas para Internet. Como palestra de abertura, apresentou-se o renomado professor Dr. Luis Fernando A. Guedes, que falou brilhantemente sobre o papel da criatividade e da inovação na criação do futuro.
O tema, além de extremamente oportuno para o público da instituição de ensino, pode ser considerado também bastante pertinente a todos os segmentos da sociedade, já que trata a respeito de algo inerente à natureza humana: o amanhã, isto é, o que o mundo nos reserva para o futuro, como vivê-lo, entendê-lo e, principalmente, como criá-lo. Entre os vários estudos de casos abordados, a velocidade como os artefatos tecnológicos são criados, desenvolvidos e como, em algumas situações, tornam-se obsoletos foram alguns dos pontos relevantes.
Um exemplo disso são os aparelhos de telefonia móvel, que, de simples, porém “grandes” telefones, tornaram-se inteligentes (smartphones), multiusos (com várias funcionalidades, até mesmo para ligações telefônicas!) e cada vez mais potentes do ponto de vista de hardware (componentes eletrônicos). Conforme citado, o poder de processamento de um smartphone supera o da nave Apollo 11 que levou o homem à lua e trouxe-o de volta em 1969!
Outra questão abordada na palestra, diversas vezes discutida nesta coluna, foi o aumento do uso de sistemas autômatos dotados de inteligência artificial (IA) nos mais variados artefatos e dispositivos presentes em nossa vida cotidiana, incluindo os aparelhos celulares. Aliás, a IA, segundo Guedes, permeia praticamente tudo o que se refere à informação no nosso tempo, desde a produção de conteúdo, o tratamento e a filtragem (algoritmos de busca) em bases dados (Big Data). Ressaltou ainda, como já sabido, a importância fundamental da informação para o nosso tempo.
O ponto chave da palestra para todos os presentes, sem dúvida, foi o papel da criatividade e da inovação em todos esses processos. Não se trata simplesmente de uma questão de diferencial dos produtos, mas sim da inovação como necessidade. O que o mundo (ou consumidores) anseia são formas novas de se fazer coisas, na maioria das vezes antigas, com segurança, conforto, praticidade e baixo custo. Se ainda for possível, tudo isso de forma prazerosa. É exatamente nesse ponto que as dificuldades se sobressaem, afinal, de acordo com um estudo realizado pela Nasa (agência espacial norte-americana) apresentado pelo palestrante, 85% das crianças com menos de 3 anos de idade são criativas, enquanto que, para adultos com mais de 25 anos, esse índice cai para 2%.
Ser criativo e ter a capacidade de transformar a criatividade em inovação certamente foi a mensagem final mais significativa da palestra. Em se tratando em sua maioria de jovens e jovens adultos, portanto no limiar abaixo daqueles 2%, essa visão de futuro certamente lançou um desafio aos estudantes, professores e profissionais presentes e, de forma indireta, a nossa querida Jales.
O desafio ora idealizado no século passado por Peter Drucker, de que a melhor forma de prever o futuro é criando-o, torna necessário, no século XXI, criá-lo por meio da inovação e da criatividade.