Ir ao mercado, nos últimos dias, tem provocado assombramento em muitos consumidores. Não raro, deparamos com um aumento aqui, outro lá, no entanto, a elevação dos preços da cesta básica, particularmente, tem deixado o cliente boquiaberto. Qual seria a razão para um extremismo como o de agora? A pandemia, a entressafra, o mercado internacional?
Antes, porém, de tentarmos compreender tais fatores, carece esclarecer quais são os produtos que constituem a cesta básica. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a metodologia da cesta básica de alimentos foi atualizada a partir de janeiro de 2009, a saber: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, banha/óleo e manteiga. Ressalta-se também que tanto os produtos da cesta básica e suas respectivas quantidades mensais são diferentes por regiões e foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938; isso se deve a aspectos culturais.
Retomando nossa problemática, não podemos negar que, com a pandemia da Covid-19, muitos setores foram afetados e, dentre eles, os alimentícios. Com a demanda da exportação aumentada, o produto que fica no país é alvo de grande procura e, aumentando-a, consequentemente o preço sobe. Da mesma forma, a importação também é afetada, haja vista que o país de origem do produto é perpassado pelos mesmos fatores dificultadores, ou seja, o produto entra no país já superfaturado e, progressivamente, isso vai sendo repassado ao consumidor.
Não negociamos em moeda estrangeira nos mercados para levarmos à nossa casa uma cesta básica, mas não podemos ignorar a ligação direta existente entre o que consumimos com o mercado internacional, mais precisamente com o dólar. Com a moeda em alta, os produtos encarecem da noite para o dia (quem observou o preço do arroz bem sabe disso) e quem paga a conta, mais uma vez, é o consumidor.
Há ainda quem coloque toda a culpa no período de entressafra de alguns produtos da cesta básica, mas sabemos que nem todos se encaixam nesse perfil. A entressafra diminui a oferta do produto no mercado, no entanto, mesmo produtos sazonais não foram poupados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produtos como arroz, leite longa vida e óleo de soja tiveram um aumento de 20% este ano, o que evidencia uma variável se comparado ao ano anterior.
Como vimos, há justificativas plausíveis, mas não podemos deixar de observar e denunciar o oportunismo das explorações capitalistas. Optar por produtos em maior oferta sempre é boa saída, todavia, sentindo-se lesado, há que se procurar os direitos do consumidor primando pelo preço justo, ou seja, pelo equilíbrio entre o antes e o depois da porteira. Muitas vezes, o que se tem visto são produtos caros nas prateleiras derivados da pouca valorização do produtor rural, infelizmente.
Prof. Me. Alessandra Manoel Porto – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.