A Black Friday, originalmente criada nos Estados Unidos depois de uma grande comemoração, passou a ser também praticada no Brasil a partir de 2010, como forma esperançosa de estímulo à economia com o aumento das vendas, para as quais muitos dribles de marketing estão cada vez mais presentes quebrando alguns paradigmas sociais, mas ainda com fortes prevalências de promoções ilusórias.
O final do mês de novembro é uma das épocas do ano mais aguardadas pelos brasileiros, já que é quando acontece a magia de estouros de diferentes propagandas comerciais sobre a esperada promoção que está por vir. Com a estimativa de aumento de 4% sobre as vendas em todo esse período, segundo Boa Vista SCPC, parece inevitável seu sucesso em mais uma edição no país. Porém, são perceptíveis também variados problemas gerados nesse “milagre de liquidação”.
Sistemas fora do ar, preços que sobem e descem sem proporção, fretes mais caros que os produtos, estoques que não atendem à demanda e falta de controle sobre toda a administração de consumo e entrega são alguns dos poucos problemas conhecidos e enfrentados todas as vezes nesse evento, que acabam proporcionando baixa reputação no olhar dos consumidores sobre as lojas que lançam as tais “ofertas tentadoras”. Além disso, são quase incontáveis as reclamações sobre propagandas que não condizem nada com a realidade dada nas compras.
Sem dúvida, já existem ferramentas que comparam ofertas no decorrer de todo o ano para análise sobre os descontos dados, além de consumidores que pesquisam antes o produto desejado e ficam informados em questão da veracidade das promoções existentes.
Em relação a este ano, de acontecimentos inesperados, como a pandemia da Covid-19, que afetou milhares de vidas e empregos em todo o mundo, algumas empresas estão vendo oportunidades de colocar em evidência algumas estratégias de marketing que batem de frente com preconceitos e violências que estão, infelizmente, cada vez mais presentes em nosso cotidiano, com índices maiores.
Como exemplo, temos a Avon, empresa de cosméticos consolidada no mercado,que mudou o termo mais conhecido pelos brasileiros no fim de ano para “Best Friday”, em busca de fortalecer inclusões na sociedade e combater práticas racistas.
Mesmo diante de posturas organizacionais sérias, ainda se evidencia o descaso de muitas empresas sobre o tentador sucesso em vendas por meio de ofertas paradisíacas e insustentáveis. Para tanto, é importante que as análises sobre as ofertas, nesse momento, sejam feitas durante um período maior, para não haver imprevistos como esses listados, principalmente em datas especiais. Porém, é plausível a busca de algumas instituições em colocar luz na escuridão, aproveitando-se de temas cristalizados em nossa sociedade como o racismo para trazer à população uma motivação para continuar a pensar positivo e lutar por direitos e deveres que lhes é devido.
Milena Flausino de Gouveia - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Aluna do 6º Semestre em Gestão Empresarial – Fatec Jales