A inteligência artificial (IA) na medicina é um campo em rápida expansão, prometendo transformações significativas nos cuidados de saúde. Essa revolução está pavimentando o caminho para diagnósticos mais rápidos, precisos e personalizados, bem como tratamentos mais eficazes.
O primeiro impacto notável da IA na medicina é a melhoria na precisão e velocidade dos diagnósticos. Sistemas de IA, como algoritmos de aprendizado profundo, estão sendo treinados para reconhecer padrões em imagens médicas, como raios X, ressonâncias magnéticas e tomografias computadorizadas, superando em alguns casos a precisão de médicos experientes. Isso auxilia o profissional médico, aumenta a confiança no diagnóstico e reduz o tempo de espera para os pacientes.
Hoje, a aplicação de Inteligência Artificial (IA) ultrapassa os limites do diagnóstico. Cada vez mais, testemunhamos cirurgias minimamente invasivas realizadas por robôs cirúrgicos. Esses robôs oferecem uma visão tridimensional de alta definição, proporcionando uma observação das estruturas anatômicas mais detalhada do que a laparoscopia convencional ou mesmo a visualização direta. O cirurgião, operando por meio de um sistema como o Da Vinci Xi, beneficia-se de um controle extremamente preciso sobre os movimentos. O modelo computacional integrado ao equipamento compensa até mesmo os microtremores das mãos do cirurgião, resultando em uma recuperação mais eficiente do que as cirurgias tradicionais. Nossa região já foi beneficiada com essa tecnologia avançada: o Hospital do Amor iniciou operações com o robô cirúrgico CIRQ e o Hospital de Base de São José do Rio Preto realiza procedimentos com o Da Vinci Xi.
Um marco notável em nossa região foi a inclusão do AME de Fernandópolis em um projeto de pesquisa sobre o uso de exoesqueletos, permitindo que pacientes com deficiências físicas voltem a ficar em pé e a caminhar. O exoesqueleto funciona como um simulador de marcha que, com sua estrutura de suporte, atuadores (os "músculos" do robô) e sensores, detecta a intenção do usuário de realizar movimentos. Então, por meio dos atuadores, ele assiste o paciente na execução desses movimentos, como caminhar, por exemplo. Essa tecnologia representa um avanço significativo no campo da reabilitação física, oferecendo novas esperanças e possibilidades para muitos.
Na vanguarda da ciência, a aplicação de modelos computacionais na recuperação humana está avançando rapidamente, com destaque para as pesquisas conduzidas pela Neuralink. Essa empresa está desenvolvendo implantes cerebrais que marcam um novo capítulo na interação entre o cérebro humano e máquinas. Os implantes projetados têm a capacidade de ler e interpretar sinais neurais, possibilitando uma comunicação direta e inédita entre o cérebro e dispositivos eletrônicos. A esperança é que, em longo prazo, tais tecnologias permitam a recuperação de funções motoras em pacientes com condições graves, habilitando pessoas paralisadas a controlar dispositivos externos utilizando apenas seus pensamentos e potencialmente restaurando percepções sensoriais, como a visão.
À medida que a IA continua a avançar, sua integração na medicina representa uma nova era de inovação e esperança. Além disso, com desenvolvimentos, como os implantes cerebrais, estamos à beira de ultrapassar os limites tradicionais da medicina, oferecendo novas esperanças para a recuperação e aprimoramento de funções humanas. À medida que navegamos nesse território inexplorado, é crucial abordar os desafios éticos e técnicos que acompanham essas inovações, garantindo que o futuro da medicina com IA seja tão promissor quanto as tecnologias que o impulsionam.
Prof. Me. Jefferson Passerini
Docente da Fatec Jales