Já faz um bom tempo que temas associados à Inteligência Artificial (IA) têm ocupado espaço diariamente nas mídias. As principais questões envolvendo essa tecnologia circulam em torno da potencial substituição de mão de obra humana, dos avanços que os algoritmos podem proporcionar nas áreas mais tecnológicas (que, em tese, aumentam a produtividade com redução do tempo necessário para a entrega de produtos e serviços), da vasta disponibilidade de recursos voltados à criação de conteúdos, da crescente multiplicidade de uso da tecnologia, entre outros aspectos.
Os posicionamentos em relação à IA são diversos. Por um lado, há aqueles que defendem veementemente o seu amplo e irrestrito uso em todos os segmentos da vida humana. Por outro, há os contrários aos primeiros, com visão pessimista, ou os temerosos, que são cautelosamente otimistas quanto à evolução desse cenário. Há, ainda, aqueles que se encontram relativamente alheios aos acontecimentos relacionados a ela.
Independentemente do grupo com que você se identifica, o assunto merece atenção, por diversos motivos. Um deles se refere a uma das essências até então exclusivamente humanas, que, a cada dia, tem nos colocado mais à prova: a autenticidade.
Autenticidade refere-se ao conceito de algo que, comprovadamente, foi proposto, feito e apresentado por alguém, de forma inequívoca, ou seja, a pessoa é capaz de, efetivamente, provar que foi ela quem fez, como este texto. Nesse caso, o autor teria que comprovar que elaborou um artigo que, em seguida, foi revisado por alguém e, por fim, foi aprovado/validado, se possível, por um terceiro (ou um corpo editorial), para, finalmente, ser publicado. Especificamente nesse exemplo, a Fatec Jales e seu corpo editorial responsável pela coluna Fatecnologia podem chancelar esse processo, mas, ainda, poderia pairar a dúvida: o autor realmente escreveu o texto ou ele foi gerado por uma IA?
Em escala global, essa problemática tem tirado o sono de muita gente envolvida em processos similares ao descrito. Instituições respeitadas de ensino e pesquisa têm recebido cada vez mais textos com autenticidade duvidosa. E esses textos são dissertações de mestrado, teses de doutorado, obras literárias, pesquisas “científicas” com dados obtidos por “ensaios científicos” metodologicamente planejados. Enfim, vários tipos de produção com autenticidade duvidosa!
E não para por aí. Músicas, vídeos, propagandas, influenciadores digitais, personagens diversos (atores, atrizes e figurantes), cenários (ambientes naturais e artificiais, empresariais, imersivos), escritores, artistas plásticos, comunicadores, repórteres, religiosos (pregadores), enfim, em tudo o que vemos, lemos e ouvimos paira a dúvida: será que isso é real? Não foi gerado por IA?
Particularmente, a internet e tudo o que ela suporta (sites, blogs, redes sociais, canais de streamings, portais de informação e entretenimento etc.) têm se tornado um ambiente de dúvidas e incertezas.
Infelizmente, não tenho como provar, mas este artigo foi integralmente produzido pelo autor. Resta-me somente dar a minha palavra!
Prof. Dr. Evanivaldo Castro Silva Junior
Docente da Fatec Jales
