A COP30, realizada em Belém do Pará, ocorreu em um contexto marcado por forte instabilidade climática, tensões geopolíticas, pressões ambientais e mudanças profundas no comportamento do consumidor global. Esse cenário amplia desafios, mas também abre novas oportunidades, especialmente para empresas que desejam permanecer competitivas a partir da sustentabilidade e da inovação.
A conferência registrou avanços importantes, como o aumento do financiamento para adaptação climática, o fortalecimento da transição justa e a valorização de novos atores, entre eles municípios, cooperativas, comunidades tradicionais e pequenos negócios, agora reconhecidos como protagonistas da agenda ambiental. No entanto, também deixou lacunas significativas, como a ausência de metas claras para a eliminação de combustíveis fósseis e a falta de um pacto robusto contra o desmatamento.
Diante dessa combinação de progressos e limitações, uma verdade se destaca: sustentabilidade deixou de ser tendência e passou a ser estratégia de sobrevivência, assim como já ocorre com o Planejamento Estratégico. Uma empresa não prospera improvisando; da mesma forma, não cresce ignorando sua responsabilidade ambiental, seu impacto na geração de resíduos e a expectativa de consumidores cada vez mais conscientes.
Nesse contexto, a adoção de embalagens biodegradáveis surge como um dos caminhos mais concretos e acessíveis para alinhar competitividade e responsabilidade socioambiental.
Por que essa pauta ganhou força após a COP30?
Porque o consumidor (brasileiro e mundial) está mais atento a propósito, impacto ambiental, rastreabilidade e coerência entre discurso e prática empresarial. Ele compara, questiona, exige transparência. Embalagens tradicionais, derivadas do petróleo, tornaram-se símbolo de desperdício e de um modelo de produção que já não se sustenta.
É importante enfatizar que “improvisar” deixou de ser uma “possibilidade viável”, isso vale para práticas que geram resíduos e não atendem às novas pressões regulatórias, de mercado e ambientais. Empresas que não se adaptam simplesmente ficam para trás.
Verifica-se que embalagens biodegradáveis são mais que ecologia: são estratégia. Assim como as ferramentas de planejamento estratégico como 5W2H e o PDCA ajudam o empreendedor a transformar ideias em ação, essas embalagens transformam discurso ambiental em resultados práticos. Elas permitem: reduzir custos com descarte e evitar sanções ambientais; atender consumidores que priorizam produtos sustentáveis; fortalecer a marca ao demonstrar compromisso real com o futuro; acessar mercados mais exigentes, como a União Europeia e os Estados Unidos, e aproveitar políticas de incentivo vinculadas ao financiamento climático ampliado na COP30.
A adoção de embalagens biodegradáveis é especialmente estratégica para cooperativas, produtores rurais, pequenos mercados, restaurantes, lojas de bairro e microempreendedores individuais (MEIs). Entre os benefícios, destacam-se: agregar valor ao produto; reduzir a pegada de carbono; diferenciar frente à concorrência; melhorar a relação com o cliente e criar vantagem em nichos de consumo sustentável.
Verifica-se que, mesmo com suas limitações, a COP30 deixou claro que o planeta se move em direção a mais regulação ambiental, mais exigência dos consumidores, mais pressão sobre setores poluentes, mais valorização da circularidade, compostagem e redução de resíduos e mais incentivos financeiros para a inovação sustentável.
Nota-se que, se antes a sustentabilidade era vista como custo, hoje ela se consolidou como diferencial competitivo. Empresas que se anteciparem a esse movimento estarão em vantagem quando tais mudanças se tornarem obrigatórias, exatamente como ocorre com quem planeja estrategicamente antes que a crise chegue.
Portanto, adotar práticas ambientais, como embalagens biodegradáveis, tornou-se indispensável. O mercado mudou, a sociedade mudou, a agenda global mudou.
Não há mais espaço para modelos antigos de produção e consumo.
Sustentabilidade não é burocracia.
Sustentabilidade é estratégia.
É permanência.
É crescimento.
É o caminho para qualquer negócio prosperar em um mundo pós-COP30.
Por Dr. Edy Carlos Santos de Lima
Coordenador e Professor do Curso de Gestão Empresarial - Faculdade Estadual de Jales – Fatec Jales.
Pós-Doutorando em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente – Universidade de Araraquara – Uniara.
