No mês de setembro de 2020, a atual ministra da agricultura, Tereza Cristina, requereu a remoção da classificação dos alimentos nas categorias in natura, processados e ultraprocessados e solicitou “ampla revisão” do “Guia Alimentar para a População Brasileira”, publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde. O “Guia”, que não tem força de lei, é tão somente uma cartilha de diretrizes para a boa alimentação, um documento construído com rigor científico, ao qual se pode ter acesso pela internet.
O Ministério da Agricultura critica a abordagem pouco lisonjeira dos alimentos ultraprocessados, o qual foi interpretado como um “ataque sem justificativa à industrialização”. No entanto, não observamos tal ataque, já que existe uma tendência ditada pelos consumidores, ou seja, a indústria de alimentos produz o que os consumidores necessitam. Independente do termo utilizado, “alimentos ultraprocessados”, observamos que a população precisa ter informações sobre os alimentos industrializados que consome, visto que cada vez mais busca uma alimentação mais saudável.
Tais informações estão disponíveis no Guia. Em sua seção final, por exemplo, há sugestões de leituras adicionais abordadas por tema. Na página 137 dessa seção, há como sugestão de leitura o Manual de Orientações aos Consumidores: Rotulagem Nutricional Obrigatória. Essa publicação apresenta a legislação brasileira para a rotulagem de alimentos no país e discute algumas informações obrigatórias nos rótulos dos alimentos embalados, como a lista de ingredientes, o que pode contribuir para a escolha dos produtos pelos consumidores no ato da compra.
Essa lista informa os elementos que compõem o produto, apresentados em uma lista que deve estar em ordem decrescente: o primeiro é aquele que se apresenta em maior quantidade no alimento e, o último, em menor. Essa informação deve estar presente no Guia Alimentar, não apenas como sugestão de leitura, mas como um detalhe importante para facilitar o entendimento em relação às informações contidas na embalagem do alimento. Com essa informação, fica mais fácil para os consumidores saberem os ingredientes presentes no produto a ser adquirido e verificarem os ingredientes que estão em maiores quantidades. Há produtos que apresentam o açúcar como primeiro ingrediente nessa lista.
Muitos produtos semiprontos e prontos para o consumo surgiram devido à necessidade de o consumidor querer alimentos de rápido preparo, os chamados “produtos de conveniência”. Porém estamos hoje com diferentes necessidades, apesar de a exigência anterior continuar. Atualmente as pessoas querem produtos mais frescos e saudáveis (os produtos orgânicos estão aí para comprovar essa necessidade) e, também, com menos adição de açúcar, sal e gordura vegetal hidrogenada (gordura trans).
Então consumidores, fiquem atentos à lista de ingredientes. Se vocês querem consumir produtos mais saudáveis, leiam a lista de ingredientes do produto e verifiquem quais estão presentes em maiores quantidades.
Por: Prof.ª Dr.ª Denise Pinheiro Soncini da Costa
Docente Fatec Jales – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.